sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Higiene Mental




Durante o nosso dia ocorrem inúmeras coisas que mudam nosso estado psíquico por diversas vezes. Acumulamos sujidades que impregnam nosso corpo e mente de forma a chegar a certo ponto onde necessitamos nos higienizar mentalmente.

No dia a dia cuidamos da higiene do nosso corpo a todo o momento, escovamos os dentes, lavamos as mãos, tomamos banho dentre outras funções que desempenhamos para nos mantermos limpos e sadios.

E a nossa mente? Quanto tempo das nossas preciosas 24 horas cuidamos dela para que continue funcionando de uma maneira calma, pacifica e coordenada?

Quem comanda essa limpeza mental somos nós, nosso Eu. Vemos a todo o momento na televisão ou até mesmo pessoalmente, pessoas ditas "normais" que em determinado momento da vida "explodem" e dizem que não aguentam mais e acabam cometendo atos impensados sobre ela ou outra pessoa.

Isso pode ocorrer a qualquer um de nós basta não dar o tempo necessário para que nossa mente se reconecte ao nosso corpo. A higiene mental serve para que por um momento deixarmos de pensar no mundo (filhos, maridos, esposas, mãe, pai, trabalho, amigos) e passamos a pensar só em nós mesmos. 

E você já passou por algo parecido ou está se sentindo dessa forma ultimamente, pensando que não aguenta mais, que precisa sumir ou mesmo parece que irá a qualquer momento fazer algo desesperado. Mas se você parasse e desse o devido respeito a sua mente como muitas vezes tem com seu corpo, acredita que isso pode mudar? 

Não pense que é egoísmo tirar um tempo do seu precioso dia para cuidar somente de si, no caso da sua mente. E como fazemos isso? Tirando as coisas que nos fazem mal, firmando o pensamento que o nosso dia será agradável, acreditando que durante o dia os afazeres e os aborrecimentos irão passar,  e quando for dormir saber que nada daquilo terá importância para você naquele momento e buscando atividades prazerosas assim gerando algo que seja só seu.

De acordo com o psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor Augusto Cury "Vivemos numa sociedade superficial e estressante, que todos os dias nos vendem produtos e serviços, porém não nos ensina a desenvolver um Eu 'gerente', maduro, inteligente, cônscio dos seus papeis fundamentais como está seu Eu?”.


Então comece a realizar sua higiene mental a partir de agora! Lembre-se como nosso dia tem 24 horas, nosso corpo precisa de cuidados e nesse tempo nossa mente também.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Prisioneiro de sua própria história

Em uma de suas teses “Autor de sua história ou prisioneiro do passado” o filósofo francês Jean-Paul Satre defende que o ser humano está condenado a ser livre. Refletindo teoricamente, realmente nossos pensamentos são livres, podemos estar presos, isolados, mas pensar no que quiser.

Ao analisarmos o ser humano como um cofre de informações onde estão guardados fatos de sua infância, experiências traumáticas advindas até mesmo do útero materno, relações sociais, nossa mente é mesmo livre? Somos livres para pensarmos, filtrar o que nós queremos para nossas vidas.


O adulto é o condutor de sua história, mas toda sua carga emocional o acompanha, a única indagação é o que fará com seu cofre de lembranças?

Através de nossas lembranças passamos a nos aprisionar em nos próprios pensamentos. Lembrando-se de fatos que nos agonizam, entristecem e cada vez que isso vem à tona em nossas mentes nos machucamos mais.

Nossas experiências traumáticas, que muitas vezes nos impede de realizar sonhos, desejos ou ao menos coisas do cotidiano, ficam repassando como um filme em nossas mentes.

A análise trás para o consciente todos esses eventos de forma que o analisando não reviva, mas sinta que é algo que passou e que não interfere mais na sua vida. Que a dor, o medo, tudo que foi vivenciado não mais vai o afligir.

Se liberte dos traumas e dos pensamentos que te prendem, procure um psicanalista e comece a reconhecer os traumas e vícios que cerceiam seus pensamentos e limitam seus anseios.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Quem somos nós?

A maioria dos nossos pensamentos é constituído pela sociedade. De forma que nossas vontades não pertencem somente ao Eu consciente, mas sim a tudo que ocorre em nossa volta, ou seja, o consciente coletivo.

A modernização da sociedade passou a produzir cobranças exacerbadas e cada vez mais primitivas para os humanos. Tudo se tornou uma forma de pensar mais dinâmica, onde o desenvolver deve ser mais rápido e mais perfeitamente.

Transformando as situações vividas pelo Eu em uma máquina de expectativas e senão  cumpridas são destruídas pelos outros ou por nós mesmos. A cobrança de sermos perfeitos na rapidez é algo imposto e muito cobrado pela sociedade, mas o único que é capaz de punir com veemência é o próprio Eu. Dessa maneira o Eu é de certa forma massacrado e aprisionado por ele mesmo, gerando ansiedade e doenças psicossomáticas.

Em um trecho de um livro do psiquiatra Augusto Cury, retrata bem a nossa realidade. “Parece incrível afirmar isso, mas o tempo da escravidão não terminou. Antes, algemava-se o corpo; hoje, algema-se a psique. Antes, havia carrascos que puniam os encarcerados; hoje, nós mesmos nos encarceramos.”

São tantas as doenças que apresentamos que não possuem um diagnóstico específico, não por falta de competência médica, mas por que os fatores desencadeadores são inúmeros e por diversas vezes não conseguimos identifica-los  como causadores.

Quantas funções sociais você exerce no seu dia a dia?

Devemos a cada parte da sociedade um pouco de nós. No trabalho, sermos perfeitos profissionais, no relacionamento, aceitar os defeitos do outro e nos adaptarmos, na família, cuidar de todos a nossa volta, com os amigos, sermos os melhores amigos estando presente em todos os momentos que eles necessitem e ainda empregar uma imagem de pessoa perfeita que não tem problemas, porque todas essas pessoas que nos rodeiam precisam que estejamos bem conosco. 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A ansiedade da infância



Notamos que a ansiedade é algo que muitas crianças já apresentam pelo fato de serem altamente cobradas para superar sempre suas competências e agir de maneira adequada para realizar a vontade de seus pais. Viver de forma acelerada não é  apenas um mal dos adultos. Podemos notar que os adolescentes, principalmente estudantes do ensino médio, onde existe a imposição que  eles tomem uma  decisão para "guia-los" durante toda vida, e nisso  se constitui fortemente a ansiedade de que seus planos sejam executados de maneira que agradem a todos em sua volta.

Estes jovens já sofrem de ansiedade e consequentemente representam os sintomas de tal doença. Isto reflete de acordo com Lipp (2005) manifestações fisiológicas (respiração alterada, sofrimento abdominal, urgência urinária, distúrbios gastrointestinal), comportamentais (voz tremula, postura rígida, roer unhas) e cognitivas (pensamentos autorreferentes negativos) alguns transtornos do sono, baixo limiar para frustração, estresse e irritabilidade.

Em certas situações o aumento da ansiedade está relacionado algum evento ou situação importante que a criança irá passar como o ingresso na escola, gravidez da mãe, nascimento de um irmão, perda de alguém importante, divorcio dos pais, dentre muitos outros.

Alguns transtornos são mais frequentes nessa fase da vida da criança. O transtorno da separação, por exemplo, pode ocorrer a partir dos três anos de idade. Dá-se quando ocorre a separação dos pais ou quando tem que mudar de casa e a criança desenvolve um medo irreal onde relaciona a perda definitiva de um dos pais ou do seu local de segurança. Quando isso acontece à criança geralmente não quer que os pais saiam de perto dela, mesmo que seja para ir ao trabalho ou até não deseja nem sair de casa. Aos dois anos e meio a criança pode apresentar o transtorno de evitação onde a ansiedade dela a impede de ter contato com estranhos, deixando de interagir com outras crianças e não tendo prazer nas brincadeiras e na troca afetiva. Esse transtorno é apresentado na criança que tem baixa autoestima e não é valorizado pela família, demonstrando insegurança, um fator preocupante, pois esse transtorno pode vir a virar uma fobia social.

Por diversas vezes a escola e os pais preocupados procuram profissionais a fim de sanar esse mal até então desconhecido. Muitos são diagnosticados erroneamente e dessa maneira passam a tomar medicamentos para amenizar esses transtornos apresentados nessas crianças.

Muitas vezes vemos o sofrimento delas  em seu olhar. Quando questionamos o porquê de suas atitudes junto às respostas muitas vezes grosseiras vem o choro da tristeza do não  autocontrole das emoções.

E ainda acham que em um remédio é possível  "curar" todas essas doenças?

O que esses jovens precisam é de serem ouvidos e muitas vezes realmente são diagnosticados com algum tipo de transtorno, mas  isto é a minoria dos casos.

Se não cuidarmos de nossas crianças agora teremos adultos ansiosos e cheios de doenças inexplicáveis causados por eles mesmos através da somatização de suas angustias.

Portanto é preciso que cuidemos de nossas crianças, de suas frustrações para evitar que seu futuro seja repleto de incertezas, transtornos e conflitos. 



Se perceber em seu filho ou em você mesmo alguns desses sintomas procure um psicanalista antes da medicalização o que pode causar ainda mais problemas.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Trauma entre gerações



Situações, momentos, pequenas ou grandes ações de pessoas próximas podem ocasionar um trauma. Muitas vezes transformando os em fobias que impedem o ser humano de exercer certas atividades que seriam corriqueiras.

Segundo ZIMERMAN (1999) o significado da palavra trauma é ferida, de conformidade com sua origem grega. As feridas quando surgem na criança tende a se desenvolver para um estado de desamparo, pois ela ainda não tem a capacidade de sanar o que as afligem. O modo que o trauma ocorre no psiquismo da criança é “proporcional ao seu estado de energia” (p.113)

Durante a gravidez já é comprovado cientificamente que o bebê e a mãe estão intrinsecamente ligados de maneira com que a alimentação, vitaminas e hormônios sejam enviados da mãe ao bebê. Além de enviar tudo que é necessário para o  desenvolvimento da criança, as situações vividas pela mãe também é passada para o feto. Desde uma situação prazerosa, até momentos extremos de dor, medo, fobias  também é transmitido ao feto. De acordo com o acontecimento e a sua intensidade o bebê vai receber essas informações e sentimentos. Não que todos os medos que a mãe já tem irá passar para o bebê mas a forma que ela trata isso é que será ou não transmitida para o filho.

Falando  sobre os traumas um exemplo do mais frequente é a agressão. Quando a mãe é agredida verbalmente ou fisicamente a consequência é uma gestação onde o bebê para de se mexer ou tende a ficar mais quieto na barriga da mãe. Outro exemplo e quando a mãe passa por um evento de privação como: alimento, água, conforto físico, dentre outras, também é um fator para proporcionar uma dificuldade da criança com esses fatores no futuro.

Para MILLER (1997, p.15) “Não podemos mudar em nada o nosso passado, não podemos desfazer os males que nos foram imputados na infância. Mas podemos nos mudar, ‘conserta’, reconquistar nossa integridade perdida”.

Na infância quando o sujeito passa por situações traumáticas que não são solucionadas, quando adulto tende a revivescência as lembranças inconscientes, e estas enquanto não forem resolvidas determinarão o modo de agir e pensar do sujeito.

Como PIONTELLI (1996), PELLANDA (1996) consideram que através do ambiente os bebês podem vir a ter um desenvolvimento psíquico. Platão considerava “O Feto é uma criatura viva, que se nutre e move na cavidade do corpo materno”.

Sair-se na atualidade, com a intensificação das pesquisas em psiquismo fetal, que habilidades apresentadas pelos recém-nascidos começam a se desenvolver muito antes deles nascerem. Diante disso, WILHEIM (1992) concorda em afirmar que o feto já nos primórdios da vida intrauterina, pode perceber sons, engolir, sonhar, reconhecer o som da voz do pai e da mãe, apresentando sinais de comportamento inteligente, expressam estados emocionais de agrado e desagrado através de movimentos como pontapés ou hiperatividade.

WILHEIM (1992) destaca que qualquer experiência biológica e psicológica ocorrida no feto desde a formação de cada uma de suas células ficam retidas no inconsciente, transformando sua experiência em uma representação mental. Portanto a criança não deve ser vista como um adulto, mas com tratamentos adequados ao estágio em que se encontra.

Muitas mães já reconhecem desde muito pequenos seus próprios medos e anseios em seus filhos, isso é visto comumente, mas cabe aos adultos que fazem parte do envolto da criança cuidar para que esse medo não se transforme em traumas.

Trauma é algo que impede ações ou mesmo fatos que são relembrados de forma dolorosa e o medo aparece em situações onde nos deparamos com  o receio mas com recompensações positivas é possível  amenizar ou até mesmo extingui-lo

Os traumas advindos da primeira infância tendem a levar o adulto ao sentimento de necessidade do outro, a busca por alguém que lhe socorra. É como revivenciar a todo o momento aquilo que lhe aflige. As repetições do trauma não ocorrem em sonhos, mas através de tiques ou em novos ataques. Estes movimentos podem ser de outras situações mais arcaicas, mas que no momento do trauma de certo modo aflorou.

Quando ocorrem no início da primeira infância ou através da gestação os traumas como não são trazidos logo ao consciente, retomam através de sonhos recorrentes e nos modos de agir que a própria pessoa desconhece o tal acontecimento.
  
A análise é uma forma de trazer à tona as questões mais reprimidas do inconsciente e traze-las para o consciente e dessa forma proporcionar ao indivíduo  reconhecer e perceber suas neuroses traumáticas. Podendo dar um novo sentido a sua vida.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Cotidiano e as emoções

O nosso dia é repleto de afazeres e de responsabilidades tanto com a sociedade quanto com a nossa família. Muitas vezes temos compromissos inadiáveis durante o nosso dia e  ainda temos que dormir  e tentar descansar para que no dia seguinte continuemos com a  rotina.

Este blog foi feito para que nós possamos desenvolver melhor nossas preciosas horas que temos no dia. Analisar as nossas ansiedades, frustrações, medos, fobias, estresse e tudo que impede ou que nos incomoda de desfrutar melhor a nossa vida.

Algumas das dificuldades que temos  são coisas que absorvemos há muito tempo, por vezes durante a gestação, muitas vezes na primeira infância e as mesmas ainda as pioramos quando adultos.

Psicanálise é a ciência do inconsciente fundada por Sigmund Freud (1856-1939). É um método de investigação, que consiste em evidenciar o significado inconsciente das palavras, das ações e sentimentos.

Durante muitos anos fazer análise era considerado perda de tempo ou mesmo coisa de louco. Hoje a Psicanálise é vista como fundamental para o auxilio no processo para a cura de traumas e fixações inconscientes. Desse modo proporcionando uma melhor qualidade de vida, pois muitas vezes além das doenças psíquicas o analisando traz ao conhecimento que muitas de suas dores físicas são advindas de fatos não conscientes. O processo da análise leva o autoconhecimento, revendo que as situações antes vistas como complicadas ou até mesmo impossíveis sejam transpassadas. 

A análise não é apenas para os adultos, mas principalmente para as crianças e adolescentes. Imaginem que seus sentimentos nesse momento possam ser os de seu filho no futuro, não seria melhor que não ocorram ou ao menos eles saibam lidar melhor com tudo a sua volta? É dessa forma que acontece análise com crianças e adolescentes. 

Eles acabam recebendo rótulos a cada dia mais opressores e tomando medicamentos mais agressivos, e ainda muitas vezes eles só precisam primeiramente de um diagnóstico correto e um auxílio mental para transpor o que estejam vivenciando no momento de como: ansiedade, separação dos pais, mudança de localidade ou convívio na escola, e assim podemos descrever muitos de seus conflitos que são "apagados" com medicamentos.

Através do blog irei descrever algumas situações que ocorrem com a maioria das pessoas, mas a identificação e o processo de melhora só dependem de uma única pessoa: Você.


Em alguns dias da semana  vocês poderão acompanhar textos e frases que nos convidam  a refletir sobre nós mesmos para melhorar a nossa relação com o próximo. E se dessa forma tiver a vontade de saber como é a análise me procure para uma consulta pessoal. No perfil do blog e do Facebook você pode me contatar.